quinta-feira

Psicologia no processo de luto.


Todas as pessoas que sofrem algum tipo de perda ou que têm a possibilidade de vir a sofrer (morte de ente querido, diagnóstico de doença, falência, traição, punição criminal, etc.) passam por um processo de luto, para poder elaborar e lidar com essa situação.

Cada indivíduo é único e vai ter suas próprias peculiaridades emocionais no processo de luto, mas de uma forma geral, as pessoas passam por cinco fases nesse período: a negação, a raiva, a barganha, a depressão e finalmente, a aceitação ou a conciliação. Segundo Kluber-Ross, autora de vários livros sobre o tema, esses estágios não são necessariamente subsequentes e podem ser vividos ao mesmo tempo.

As pessoas que precisam de apoio psicológico para elaborar seus lutos comumente estão presas nas primeiras fases.

O Psicólogo é o profissional que vai auxiliar na passagem  adequada  por todas as fases do luto, utilizando uma linguagem e abordagem específica para crianças, adolescentes ou adultos. Um bom profissional ajudará o enlutado a ter senso de confiança e energia renovada, ajudará a desenvolver habilidade para que a dor sentida deixe de ser onipresente e aguda e a capacidade de se tornar envolvido com a vida seja resgatada.

quarta-feira

Pensamento suicida, vivendo no limite.


“Parece simplesmente não existir nenhuma luz no fim do túnel.”

 “Nada mais parece fazer sentido, há apenas uma dor tão pesada que carrego, e que não consigo mais suportar…”

 “Não aguento mais viver assim, eu gostaria de viver, mas não assim…”

 “Não há mais nada que eu possa fazer, seria melhor morrer…”

Para algumas pessoas, em determinados momentos da vida, pensar na morte como uma saída para uma situação de sofrimento intolerável, talvez pareça a única solução possível.

Se para si, a dor emocional que sente é de tal forma elevada, que a possibilidade de suicídio é uma opção viável, ou se de outra forma, receia que alguém que lhe é importante esteja  correndo esse risco, reflita apenas mais um pouco com as  próximas linhas e permita que esta informação possa ajudar a compreender que uma ajuda especializada pode ser transformadora.

Em termos gerais, por um lado, o suicídio veicula o desejo de uma pessoa em escapar ou terminar com o seu sofrimento (que é resultante de variadíssimos problemas) e, por outro lado, o seu desejo em comunicar o seu sofrimento aos outros – é um pedido de ajuda. 

Além disso, cada pessoa têm os seus próprios motivos, muito particulares, profundos e extremamente dolorosos que a levam a ponderar desistir de viver. Uma mudança repentina nas suas circunstâncias de vida, tais como dificuldades financeiras, desemprego ou perda de status socioeconômico, mudanças no contexto familiar ou relacional (divórcio, fim de uma relação, morte de um familiar…) ou ainda a sensação de isolamento, solidão e a ausência de horizontes ou projetos futuros podem constituir fatores relevantes.

Não esqueçamos também a companhia indesejável de certas perturbações do humor (depressão, perturbação bipolar, esquizofrenia), que podem contribuir para um estado de maior desorganização e desconforto emocional. Sabia que mais de metade das pessoas que se suicidaram, estavam deprimidas?

O fato é que, certamente,  a maioria das pessoas que pensam, tentam ou cometem o suicídio, escolheriam outra forma de solucionar os seus problemas, se não se encontrassem numa tal angústia que as incapacita de avaliar as suas opções objetivamente. 

Fatores que aumentam a probabilidade de suicídio
-Modelos de suicídio: familiares, pares sociais, histórias de ficção e/ou notícias veiculadas pelos mídia;
-História de suicídio, violência ou de perturbação de humor na família.
-Tentativas prévias de suicídio;
-Ameaça ou ideação suicida com plano pormenorizado elaborado;
-Acesso fácil a agentes letais, tais como armas de fogo ou substâncias perigosas;
-Presença de depressão, esquizofrenia, alcoolismo, toxicodependência e perturbações de personalidade;
-Presença de perturbações alimentares;
-Presença de doenças de prognóstico reservado (HIV, cancro etc.);
-Hospitalizações frequentes, psiquiátricas ou não;
-Desemprego ou dificuldades econômicas que alteram o status familiar;
-Problemas no trabalho;
-Morte de entes queridos;
-Família atual desagregada: por separação, divórcio ou viuvez.
-Falta de apoio familiar e/ou social;
-Ausência de projetos de vida;
-Desesperança contínua e acentuada;
-Culpabilidade elevada por atos praticados ou experiências passadas;
-Mudança de residência;
-Ter sido alvo de abuso sexual ou psicológico;
-Experiência de humilhação social recente

Sinais de alerta
A maioria das pessoas que se suicidam, dão pistas e sinais de aviso, mas os outros que as rodeiam não estão conscientes do seu significado nem sabem como responder. Eis alguns exemplos de sinais de alerta, cuja detecção antecipada e intervenção eficaz poderá salvar vidas:
-Tornar-se uma pessoa depressiva, melancólica (apresenta uma grande tristeza, desesperança e pessimismo, chora sistematicamente);
-Falar muito acerca da morte, suicídio ou de que não há razões para viver, utilizando expressões verbais tais como “Não aguento mais”, “Já nada importa”, ou “Estou a pensar acabar com tudo”;
-Preparativos para a morte: pôr os assuntos em ordem, desfazer-se/oferecer objetos ou bens pessoais valiosos, fazer despedidas ou dizer adeus como se não voltasse a ser visto;
-Demonstrar uma mudança acentuada de comportamento, atitudes e aparência;
-Ter comportamentos de risco, marcada impulsividade e agressividade;
-Aumento do consumo de álcool, droga ou fármacos;
-Afastamento ou isolamento social;
-Insônia persistente, ansiedade ou angústia permanente;
Apatia pouco usual, letargia, falta de apetite;
-Dificuldades de relacionamento e integração na família ou no grupo;
-Insucesso escolar (por exemplo, quando antes era aluno interessado);
-Auto-mutilação.

Note, contudo, que a lista fornecida apenas fornece alguns exemplos de sinais que podem indiciar a presença de ideação ou tentativa de suicídio. Naturalmente, quanto maior o número de sinais presentes, maior o risco de suicídio, e paralelamente, maior a urgência em procurar ajuda quanto antes.

Como intervir?
Se você veio até esta página pode está colocando o suicídio como uma opção, queremos que saiba que não está sozinho. A sua vida é importante e podemos ajudá-lo. Por vezes, não falar dos problemas faz com que eles cresçam dentro de nós e conversar com alguém especializado faz com que eles diminuam de tamanho e facilita o encontro de soluções alternativas.
O acompanhamento individual é a melhor forma de criarmos um espaço em que se possa sentir seguro, compreendido e ajudado na procura de outras opções ou soluções para as suas dificuldades.


domingo

Ansiedade Social

Muitas vezes considerados apenas tímidos demais, os indivíduos com Ansiedade Social (ou Fobia Social) têm suas vidas cheias de condições paralisantes e limitadores que os impedem de serem plenos. 

Ansiedade Social é o receio de que em situações sociais e de relação com outras pessoas possam surgir sentimentos de julgamento, avaliação ou critica negativa por parte dos outros. 

Colocando de outra forma, ansiedade social é o medo e a ansiedade de ser julgado e de causar uma impressão negativa nos outros. Este medo conduz a sentimentos de inadequação, embaraço, humilhação e depressão. Se habitualmente uma pessoa fica ansiosa em situações sociais, mas está bem quando sozinha, então pode estar com um problema de ansiedade social.

A ansiedade social é um problema de ansiedade que é muito mais comum do que habitualmente as pessoas acreditam. Milhões de pessoas em todo o mundo sofrem todos os dias as consequências deste problema devastador e traumático, seja devido à ansiedade perante uma situação social específica, seja perante uma situação de desempenho ou seja perante múltiplas e generalizadas situações sociais.

Quando as situações de relação social são muito específicas, as pessoas facilmente identificam a dificuldade, tornando-se mais claro a sua resolução. Um tipo de ansiedade social específica é o receio de falar na presença de outras pessoas, por exemplo em reuniões de trabalho ou familiares, em jantares ou almoços, em esperar para ser atendido nas filas, entre muitas outras.

Quando a ansiedade é mais generalizada, torna-se muito difícil para as pessoas identificarem as causas que lhes provocam ansiedade, o que gera mais confusão perante a resolução da dificuldade. Na maioria das vezes, só passados anos de evitamento e fuga de situações, é que se entende que este problema de ansiedade não passa com o tempo e não passa com o evitamento. Não se trata de um problema de fraqueza pessoal. É necessário tomar consciência sobre como a ansiedade social funciona, o que leva a pessoa a pensar e a sentir, e o que a obriga a fazer.

O controle que as pessoas precisam vem com esta tomada de consciência e com a alteração de uma forma de se verem a si mesmos e à relação com os outros. Na grande maioria das vezes este trabalho de mudança só pode ser feito em psicoterapia, onde terá um espaço de crescimento e aprendizado para mudar formas habituais de pensar, sentir e agir, que foram erroneamente moldadas durante anos através de más experiências. 

Pânico e Agorafobia

O transtorno de pânico caracteriza-se pela presença de ataques súbitos de ansiedade, acompanhados por sintomas físicos e afetivos e pelo medo de ter um novo ataque.  É também comum a evitação de locais ou situações nas quais já ocorreram os ataques de pânico.

Há  ansiedade associada a uma perturbação classificada como antecipatória, já que se baseia no medo de se sentir mal e não poder chegar a um hospital ou obter socorro com facilidade. É comum o medo ou até a sensação de que vai morrer.

Agorafobia é um transtorno de ansiedade muito comum nos quadros de síndrome do pânico e refere-se ao medo de andar nas ruas, dificuldade de sair sozinho de casa, dificuldade de ir a certos lugares como mercados ou cinema pois sente forte apreensão dificil de compreender e muitas vezes surge a necessidade de ter alguém ao lado para lhe dar segurança.

O agorafóbico sente ansiedade de estar em locais ou situações em que a saída seja difícil, como por exemplo, multidões,  um supermercado muito grande ou um local onde o auxilio possa não estar disponível - mesmo que não haja previsão de necessitar este auxilio.

Na agorafobia e na síndrome de pânico, a pessoa sente “medo de ter medo”. A ansiedade de sair de casa e ter uma crise a impede de se expor a situações fora de casa, por isso o comportamento mais comum na agorafobia é a evitação, a esquiva, a fuga de situações fora de sua zona de conforto – normalmente sua casa. Logo, quando não tratado esse quadro pode levar a limitações em todos os aspectos da vida.

A Terapia Cognitivo-comportamental tem sido considerada uma alternativa terapêutica com boa resposta. As técnicas são utilizadas para corrigir os medos condicionados das sensações corporais, as interpretações e crenças distorcidas e, sobretudo, a agorafobia, que ocorre na maioria dos portadores e representa uma das complicações que com maior frequência é responsável por sua incapacitação.

sexta-feira

Psicoterapia e Emagrecimento

O comportamento alimentar é permeado por questões emocionais. Muitas pessoas emagrecem apenas com dieta, mas não conseguem manter o peso devido a padrões cognitivos que desenvolveu ao longo da vida.

O tratamento para emagrecimento pode ser bastante beneficiado pelas estratégias da Terapia Cognitvo-Comportamental. Esta vai visar a modificação de hábitos originadores e mantenedores da obesidade, com a  presença de objetivos claramente definidos desde o início do tratamento.

A reestruturação cognitiva com a avaliação e correção de pensamentos inadequados, o treinamento de autoinstrução, a determinação de metas e o estímulo ao autoreforço e resolução de problemas são alguns procedimentos que contribuem para o emagrecimento.

Asperger


Trata-se de uma desordem do espectro autista, diferenciando-se deste por não apresentar nenhum atraso no desenvolvimento cognitivo ou da linguagem.

O marco mais óbvio desta síndrome é a característica que faz destes indivíduos únicos e fascinantes: a sua particular peculiaridade de interesses especiais. Normalmente estes convergem por áreas intelectuais específicas.

Os sintomas mais comuns são a dificuldade de relacionamento social, a falta de empatia pelos outros, a interpretação literal daquilo que se lhes diz, a má adaptação a mudanças e a manutenção de comportamentos estereotipados.

Estes indivíduos costumam desenvolver um interesse intenso e mesmo obsessivo por assuntos particulares, fato esse que se costuma manter preservado ao longo da vida.

Por norma é quando as crianças vão para a escola que costumam mostrar mais acentuadamente um interesse específico por determinado assunto, como por exemplo, na área da matemática, ciência, leitura, história ou geografia, querendo aprender tudo quanto possível acerca do objeto, tendendo a insistir nisso em conversas e jogos livres. Em consequência, apresentam desmotivação e pouca paciência para assuntos fora do seu campo de interesse.

Professores podem considerar estas crianças ora como inaptas, ora como super dotadas, claramente capazes de superar os colegas no seu domínio de interesse, mas constantemente desmotivados para realizar os trabalhos de casa comuns.

É importante que cedo se elabore o diagnóstico, pois quanto mais precoce for o acompanhamento, melhores serão os resultados. O Psicólogo deve incidir aos níveis psicoterapêutico, educacional e social.

Tendo estrutura adequada, indivíduos portadores desta síndrome podem vir a ter uma vida praticamente normal, chegando a alcançar cargos profissionais com distinção no seu meio laboral.

Bullying

Atualmente quando se fala de violência escolar, é sinônimo de falar de bullying. Este refere-se a todas as condutas  que ridicularizam a criança,  e implica maus tratos continuados e repetidos. Acarreta muitas vezes traumas importantes na vida futura destes alunos.

A escola é dos contextos preferenciais do bullying, pois existem inúmeras crianças, o que faz com que seja complicado vigiar e intervir em todos os seus comportamentos inadequados.

Esta forma de violência costuma passar despercebida aos olhos dos educadores, pois a vítima tende a ocultar estas manifestações, devido à pressão que o agressor exerce sobre ela (incutindo medo e fazendo retaliações). Não raras vezes, pais e professores só se percebem que algo se está acontecendo quando notam manifestações no rendimento escolar, depressão, doenças psicossomáticas ou fobia de ir à escola.

Vitimas de bullying estão numa situação de grande sofrimento psicológico, sendo por isso necessário intervir o mais precocemente possível. No entanto, é igualmente importante que se exerça intervenção sobre o agressor, visto que o seu comportamento expressa um mal-estar interno, sendo a violência um veículo para alcançar poder e status social.

O fenômeno de bullying pode comprometer o desenvolvimento da criança, em termos de segurança e autoconfiança. A autoestima é a primeira a sofrer danos.Muitos comportamentos de risco de adolescentes estão relacionados com o fato de terem sido vitimas de bullying ou de outros tipos de violência durante a infância.

O  processo de psicoterapia nesses casos enfatiza o fortalecimento emocional , a autoestima e autoconfiança, a socialização e problemas associados, que se não tratados poderão deixar marcas para o resto da vida.

Transtornos do sono


A boa qualidade do sono propicia ao indivíduo a melhora de sua qualidade de vida no geral. Em crianças e os adolescentes, por exemplo, é durante o sono que ocorre a liberação do hormônio do crescimento. O sono promove o funcionamento adequado do sistema nervoso, através de conexões neuronais que elevam a capacidade das funções cognitivas, entre elas a atenção, a memória,e as funções executivas. 

Vale ressaltar que o indivíduo que apresenta essas funções cognitivas de forma adequada possui um rendimento profissional e acadêmico mais elevado, além de uma melhor socialização, o que contribui para a promoção da qualidade de vida, e se caracteriza como um fator de prevenção importante de problemas emocionais futuros.

Para se ter uma idéia do quão importante é o papel do sono na saúde mental do ser humano, há pessoas que desenvolvem quadros de transtornos do humor (por exemplo, a depressão), devido a persistência de sua má qualidade do sono. 

As conseqüências dos Transtornos do Sono não tratados podem causar um impacto muito grande não só na vida do paciente, como para a sociedade no geral. Há uma estrita relação com problemas graves de saúde, bem como com a ocorrência de acidentes, sejam eles domésticos, de trânsito ou ocupacionais. 

As queixas mais comuns em relação ao sono são: Insônia,  sono interrompido, sonambulismo,terror noturno e pesadelos.

O tratamento psicológico consiste na terapia  baseada na higiene do sono, no controle do estresse, na psicoterapia e em técnicas de relaxamento.

Depressão em Idosos

A depressão é uma perturbação frequente nos Idosos e está associada a um elevado grau de sofrimento psíquico.

A depressão nessa fase da vida está frequentemente associada a doenças clínicas gerais, ao isolamento social e anormalidades estruturais e funcionais do cérebro, configurando-se numa perda de qualidade de vida.

As causas de depressão nessa fase da vida configuram-se dentro de um conjunto amplo de componentes, onde atuam fatores genéticos, eventos vitais, como luto, abandono, doenças incapacitantes, entre outros.

As doenças crônicas e incapacitantes constituem fatores de risco para depressão. Sentimentos de frustração perante os anseios de vida não realizados e a própria história da pessoa, marcada por perdas progressivas dos laços afetivos e da capacidade de trabalho, bem como, o abandono, o isolamento social, a incapacidade de desempenhar uma atividade produtiva, são fatores que comprometem a qualidade de vida e predispõem ao desenvolvimento de depressão.

O tratamento psicoterápico tem como objetivo proporcionar apoio emocional ao idoso, melhorando o humor, modificando o modelo de funcionamento diante dos problemas, reduzindo sua ansiedade e aumentando sua confiança e auto-estima. 

Ansiedade Generalizada

A característica essencial da  Ansiedade Generalizada é a ansiedade e a preocupação exageradas acerca de um conjunto de acontecimentos ou atividades. A pessoa apresenta dificuldade em controlar a preocupação, sendo a ansiedade e a preocupação acompanhadas de, pelos menos, três sintomas adicionais de uma lista que inclui agitação, fadiga fácil, dificuldade de concentração, irritabilidade, tensão muscular, insônia e sono perturbado.

É comum que pessoas com esse problema apresentem  medo de que doenças e acidentes possam ocorrer consigo ou com pessoas próximas, receio de uma avaliação negativa por parte de outras pessoas e de saírem-se mal em alguma atividade que terá que realizar.

Apesar das pessoas com este tipo de perturbação nem sempre classificarem as preocupações como “excessivas”, descrevem mal-estar devido a essas constantes preocupações, têm dificuldade em controlá-las ou evidenciam limitações no funcionamento social, ocupacional ou em outras áreas importantes. 

A pessoa tem dificuldade em evitar que os pensamentos preocupantes interfiram com a atenção que deve prestar às tarefas que está a desempenhar e tem dificuldade em colocar um fim às preocupações.

O tratamento psicoterápico vai enfatizar a restauração da saúde mental do indivíduo, através da elucidação dos desencadeadores psicológicos de ansiedade, e da elaboração de estratégias para um melhor manejo dos estados ansiosos. 

Depressão Pós-Parto

Todas as transformações inerentes à gravidez tornam a mulher mais sensível e mais vulnerável. A mulher pode sentir-se mais insegura em relação às suas competências como mãe. Tende a questionar-se se vai conseguir cuidar do bebê e responder às suas necessidades.

Quando o quadro evolui para uma Depressão pós- parto, a mãe apresenta frequentemente sentimentos passageiros manifestos em humor depressivo, crises de choro sem motivo aparente ou desencadeadas por situações que normalmente não teriam tal efeito, irritabilidade fácil, ansiedade, perturbações do sono e do apetite, alguma confusão, sentimentos de inferioridade, rejeição, culpabilidade  e  vivência de cansaço.

Esses sentimentos, quando não cuidados, geralmente, dão origem mais tarde  a comportamentos de hiper-proteção e hiper-presença para compensar a culpabilidade que sente pela forma como tratou ou sentiu o seu bebê inicialmente, afetando assim tanto a relação mãe e filho como o desenvolvimento emocional daquela criança.

Muitas vezes a depressão pós parto não é diagnosticada e só mais tarde quando a criança já é grande, é que se detecta a depressão na mãe. Já não é depressão pós parto mas sim depressão materna que derivou da gravidez mas que não foi reconhecida nessa altura. A mulher sente-se cada vez mais incapaz e que ninguém a percebe.

Fica incapaz de funcionar em qualquer campo e como tal os sentimentos de culpa vão sendo cada vez maiores e alastram-se igualmente para o seu dia-a-dia, ou seja, não consegue fazer nada bem, nem como mulher, nem como profissional.

Neste sentido, torna-se essencial que seja realizado um diagnóstico, logo que se perceba o problema, para que se possa fazer uma intervenção no sentido de restabelecer o funcionamento da mãe, melhorar a relação mãe-bebê e para que mãe consiga compreender e ultrapassar o que tais vivências.

Quando as birras são um problema




No auge de uma birra parece que o controle desapareceu por completo. Neste estado, não há pensamento, reflexão, comunicação possível, apenas existe uma descarga explosiva de tensão. Para além disso, surgem manifestações físicas: vem o choro, a pele fica avermelhada e úmida, o ritmo cardíaco e respiratório aumentam e o corpo da criança agita-se.

As crianças com idades acima dos 2 anos e meio ou dos 3 anos parecem usar as birras como uma ferramenta para conseguirem o que querem. 

Birras persistentes e o manejo ineficiente delas pelos pais e cuidadores podem comprometer o equilíbrio emocional da criança, fazendo com que desenvolvam padrões de comportamentos que vão afetar vários aspectos de sua vida. Logo, observando que precisam de ajuda, é importante considerar buscar ajuda profissional.

Comportamento opositivo desafiador


O comportamento desafiador opositivo quando caracterizando um transtorno, pode ser definido como um padrão persistente de comportamentos desafiadores e desobedientes observados nas interações sociais da criança com adultos e figuras de autoridade de uma forma geral, como, pais, tios, avós e professores.

Os principais sintomas são: perda de paciência frequentemente, discussão com adultos, o desafio e recusa a obedecer a solicitações ou regras dos adultos, incomodo deliberadamente dos outros, responsabilização dos outros pelos seus erros e irritabilidade.

Existe nestas crianças ou adolescentes um prejuízo significativo no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional. Envolvem-se constantemente em discussões e são, algumas vezes, rejeitados pelos colegas do grupo escolar. Consequentemente há um comprometimento da auto-estima.

Os sintomas iniciam-se normalmente antes dos oito anos de idade e a perturbação desafiador opositivo apresenta-se, em número significativo dos casos, como um precursor ou antecedente evolutivo do transtorno de conduta, forma mais grave de perturbação do comportamento.

O tratamento  para crianças e adolescentes com esse diagnóstico passa pela utilização de técnicas de intervenção psicológica com o paciente, associadas a uma orientação a pais e professores.

Enurese e Encoprese



A Enurese (emissão não voluntária de urina)  e a Encoprese (eliminação não voluntária de fezes ) após idade em que se espera que já haja controle, muitas vezes são expressão de algum transtorno emocional. 

A atuação interdisciplinar nesses casos é fundamental. A avaliação médica é essencial para descartar causas orgânicas. 

A atuação do psicólogo pode dar-se em dois níveis: na avaliação e na intervenção.  O psicólogo também pode avaliar o impacto que a enurese traz para a criança e seus pais, lançando mão de instrumentos específicos para essa investigação. Caso a criança apresente dificuldades no convívio social ou a família tenha manejo inadequado da situação, caberá uma intervenção voltada para esses aspectos em paralelo à intervenção focada na enurese em si.